Veja o programa aqui a partir do minuto 14 https://sic.pt/programas/aloportugal/alo-portugal-05-de-setembro-parte-2/

Dia 04 de setembro é comemorado o dia internacional da saúde sexual.

Este é um tema ainda complexo. Várias pacientes que se queixam da dificuldade em encontrar profissionais da saúde que estejam disponíveis para falar sobre a sexualidade quando a queixa delas é falta de prazer e orgasmo.
Acredito que nós que trabalhamos na uroginecologia podemos fazer muito por estas mulheres e podemos fazer uma grande diferença na sua qualidade de vida.
A sexualidade não se resume a poder engravidar e não ter nenhuma patologia, cada vez mais as mulheres estão à procura do seu prazer e sua satisfação.
Mesmo que não haja nenhuma patologia nós podemos ajudar dando orientações básicas sobre a resposta sexual e a anatomia feminina. Muitas mulheres não conhecem o seu corpo e esta pode ser a principal causa da dificuldade em ter prazer e orgasmo, uma sexualidade feliz depende de autoconhecimento e prática.
As disfunções sexuais são divididas em:
1. Desejo. Diminuição ou falta de prazer
2. Excitação. Diminuição ou falta da lubrificação
3. Prazer. Diminuição ou ausência do prazer
4. Orgasmo. Dificuldade ou ausência do orgasmo
5. Dor. Dor na hora da penetração, durante toda a relação sexual, em algumas posições e depois da relação.
a. Vaginismo: incapacidade ou grande dificuldade de ter a penetração, de usar absorvente interno, de fazer exame ginecológico

O desejo é cognitivo, é o que nós queremos e está muito ligado à parte emocional e a nossa satisfação. Nós queremos repetir as experiências que nos dão prazer.

A excitação é a resposta do corpo preparando para o ato sexual, nas mulheres o mais visível é a lubrificação. Está muito ligado à parte hormonal tendo muita influência da amamentação e menopausa.

O prazer é resultante do do atrito, estímulo tátil. Quanto mais saudável a mulher tem os músculos do pavimento pélvico mais capacidade ela tem de ter prazer.

O orgasmo é o ápice da relação sexual, mas não é uma “obrigação”, uma relação sexual pode ser satisfatória mesmo sem o orgasmo. A falta de conhecimento do próprio corpo é a maior causa de as mulheres não terem orgasmo.

A dor pode ser resultante da dificuldade em relaxar os músculos do pavimento pélvico na hora da penetração, na minha experiência esta é a principal causa, seguindo da falta de lubrificação. Também pode ser por causa da cicatriz da episiotomia, laceração ou cesariana, onde a dor é pontual. A falta de lubrificação leva a uma dor em ardor, que continua mesmo depois da relação sexual. A endometriose é uma das causas da dor geralmente quando ela acontece em penetração mais profunda. A vulvodinia leva a uma dor superficial, na vulva. A menopausa pode levar a uma atresia do canal vaginal, que também pode deixar a penetração muito dolorosa.

O Vaginismo é uma patologia do foro emocial, a paciente tem medo da penetração e contrai os músculos do pavimento pélvico impedindo a penetração. Se forçarem a penetração ela terá dor.

Para um bom diagnóstico é necessário que se faça uma boa anamninese e um exame físico específico. Algumas vezes são necessários exames laboratoriais. Somente depois de um bom diagnóstico é que conseguimos escolher o melhor tratamento em cada caso.

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